Sou de Cambará no norte do Paraná. Cidade pequena em torno de 25.000
habitantes. Tenho 44 anos e até o ano passado estava no ramo de vendas de prata
e semijoias, cheguei a vender pelo mercado livre e tive 8 vendedoras. No
entanto com a crise e falta de experiência e maturidade, não consegui contornar
a crise. Para começar esse negócio, fui sem conhecer nada no ramo, não sabia
nada de marketing, plano de negócios, precificação, empreendedorismo e não
tenho um perfil de quem consegue trabalhar com demais pessoas.
Fui
aprendendo ao longo do caminho, recorri ao Sebrae e tive
alguma ajuda, corri atrás e vi que precisava ser tudo nesse negócio, aprendi a
fazer boas fotos (sempre recebi elogios) aprendi a trabalhar na minha fanpage, a trabalhar no mercado livre, a
fazer posts, a entender sobre marketing digital, facebook, Instagram, WhatsApp,
mas acabei me desgastando, pois nunca recebi apoio de meu marido, brinco que sou
viúva de marido vivo (ele é agricultor e trabalha bastante) então tenho que dar
conta da casa e dos 3 filhos, além de acompanhar minha sogra e sogro em suas
necessidades.
Quando
passei a entender como tudo funcionava, estava tão saturada e desencantada, pois
eu apesar de ter boas ideias e dar bastantes condições para as vendedoras, não
consigo cobrar e incentivar. Sou individualista. Se a pessoa enrola, vou lá e
faço. E isso não foi nada bom para meu negócio.
Com a crise, caíram
drasticamente as vendas e vieram os calotes. E como investi bastante para me
estruturar e adquirir conhecimento, eu não consegui ter um caixa e acabei
falindo.
Em meio a isso, estava fazendo
um curso de coaching financeiro e havia uma tarefa para desenvolver uma fonte
de renda e conversando e vendo as possibilidades, comentei que para agitar meu
perfil pessoal no facebook eu havia começado a postar sobre minha alimentação (descobri
a dois anos que sou intolerante a glúten) e como aqui, em minha cidade, quase
não encontramos nada para esse tipo de alimentação, as pessoas começaram a se
interessar.
Com isso comecei a fazer
algumas coisas para vender e fui me apaixonando por isso. Criei uma fanpage e Instagram e comecei a
desenvolver isso. No entanto, de início comecei a pensar grande e ao mesmo
tempo tinha que resolver a situação com a venda das semijoias (tenho duplicatas
que renegociei, para pagar até fev-2018).
Fiquei deslumbrada com as
possibilidades no mundo da cozinha e meio que na empolgação
acabei ficando sem foco do que eu queria com isso, aonde iria chegar. Foram uns
oito meses assim. Aí dei um tempo agora a alguns meses atrás resolvi que
enquanto não fechar o ciclo e dívidas das semijoias, não irei me comprometer
com a alimentação.
Nisia Casagrande
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